O que é Bhanda?

Bandha é um termo em sânscrito que significa travar ou fechar. No contexto do yoga, bandha se refere a uma ação aplicada em regiões do corpo que funcionam como uma trava de segurança física, fisiológica e energética.

Em outras palavras é uma ativação muscular que envolve um direcionamento de atenção e da energia a determinados pontos do corpo.

Existem 4 bandhas com funções próprias que costumam ser combinados com outras técnicas do Yoga, no entanto, alguns desses bandhas são muito bem-vindos também no nosso dia-a-dia.

Os 4 bandhas do Hatha Yoga

  • mula, ativação do assoalho pélvico
  • uddiyana, ativação do abdômen
  • jalandhara, ativação da garganta
  • jihva, ativação da língua

De forma geral funcionam como um mecanismo de segurança que permite ao praticante uma experiência mais profunda em certa técnicas, servindo também para evitar a dispersão da energia e orientar seu fluxo para determinadas áreas.

Além disso, tais ativações são, por si só, extremamente benéficas para o sistema nervoso e endócrino.

*Maha bandha é o nome dado a realização simultânea dos 3 bandhas: mula, uddiyana e jalandhara

Bandhas na prática e no dia-a-dia

Desses quatro bandhas, dois são mais básicos por cumprirem um papel muito importante na prática das posturas e nas ações cotidianas no sentido de favorecer o alinhamento postural, de proteger a coluna e de conservar nossa energia: o mula bandha e o uddiyana bandha.

Por isso, vou dar uma ênfase de forma simples e prática nesses dois bandhas de modo que o tempo que investiu neste artigo possa representar um ganho efetivo para você a partir de agora, melhorando a forma como você se senta, o seu caminhar, a sua corrida e, é claro, a sua prática de yoga e de meditação.

Mula bandha e Uddiyana bandha

Os dois bandhas em questão devem ser acionados de forma conjunta para favorecer o alinhamento e a estabilidade postural e podem ser usados nas posições de pé, sentado e até mesmo deitado.

Mas por razões didáticas acho interessante conhecê-los e experimentar sua ativação separadamente.

Anatomia por detrás dos bandhas

anatomia dos bandhas

Como fazer Mula bandha

Essa expressão pode ser traduzida por “fecho da raiz”. Essa técnica consiste numa suave contração e elevação do assoalho pélvico.

  • Contrai-se a musculatura dos esfíncteres do ânus e da uretra, os mesmos músculos que contraímos quando estamos com muita vontade de ir ao banheiro.
  • Depois, acionamos de forma sutil a elevação dessa estrutura muscular.

Inicialmente, treine ativar sem manter essa contração, fazendo pausas entre uma contração e outra, conforme for assimilando tal acionamento passe a mantê-lo por períodos mais longos observando sempre o bom-senso.

Como fazer Uddiyana bandha

Podemos traduzir como o “fecho do fluxo ascendente”. Consiste numa contração abdominal específica que instiga o fluxo energético para cima. Sua aplicação cotidiana e na prática das posturas e do pranayama não envolve uma contração tão profunda quanto na sua utilização independente.

  • Acionamos a musculatura abnominal, principalmente a da região abaixo do umbigo como se quiséssemos retrair um pouco essa parte da barriga puxando o umbigo levemente para dentro e para cima.

Assim como no mula bandha, comece fazendo pausas entre uma execução e outra, conforme for assimilando passe a manter por períodos cada vez mais longos. Você terá assimilado essa ativação quando sua realização não prejudicar sua respiração.

Ative os Bandhas e verifique os resultados

Por fim, experimente ativar esses dois bandhas simultaneamente, por incrível que pareça, você pode sentir mais facilidade dessa forma.

Com o tempo, passe a conservar sutilmente essa ativação integrada ao longo do dia e durante a sua prática, inclusive a da meditação e verifique você mesmo a importância desses bandhas.

Confira o que eles podem lhe proporcionar em termos de alinhamento, estabilidade, conforto refletindo também numa postura mental mais objetiva.

O yoga nos disponibiliza uma série de ferramentas incríveis e fico feliz de fazer a ponte entre esses conhecimentos e você.  Estude, pratique, aprenda e viva o yoga!

Harih Om
Por Gilberto Schulz

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Gilberto Schulz
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